Entenda como funciona a internação para alcoólatras
26/01/2022

Cada vez mais aumentam as buscas por clínicas para alcoólatras, o que mostra que a dependência química é uma realidade bem preocupante.
O uso abusivo do álcool é classificado quando há o consumo de cinco ou mais doses entre homens e quatro ou mais doses entre as mulheres, considerando uma mesma ocasião que tenha ocorrido no último mês.
Em paralelo a isso vemos, que quanto mais se busca por ajuda, mais há pessoas que realmente querem se tratar e largar o vício.
A internação compulsória
Nesse caso, a internação é realizada mediante a autorização de um juiz e o dependente não precisa estar totalmente de acordo. Lógico que, se ele estiver de acordo, mais fácil será o tratamento do vício em questão.
A internação compulsória representa uma decisão judicial para que a pessoa receba o devido tratamento, sendo ele médico e terapêutico, e isso não depende necessariamente do pedido da família, pois a decisão também é válida quando se é cometido um crime por exemplo e a pessoa estava sob efeito do álcool ou outros tipos de drogas.
Em todos os casos é preciso que haja pedido do médico, um laudo, que ateste que a pessoa não tem condições de decidir por si mesmo em fazer o tratamento, ou que ela representa um risco para si e para outras pessoas próximas.
Legislação
Muitas pessoas têm dúvidas, mas esse tipo de internação está previsto na Lei Federal de Psiquiatria número 10.216/01 que prevê essa possibilidade.
Mas esse tipo de internação era previsto somente para pacientes psiquiátricos, ou seja, se a pessoa fosse somente alcoólatra, só poderia ser internado se fosse comprovado também algum distúrbio mental.
Por isso, a Lei 13.840 de 2019 veio para mudar isso, autorizando a internação compulsória de dependentes químicos, em clínicas e hospitais, desde que comprovem que têm os equipamentos e estrutura necessária para recuperação do mesmo.
A importância da internação em uma clínica de recuperação
O alcoolismo é uma doença e é muito difícil para uma pessoa alcoólatra abandonar o vicio sozinha.
A internação é necessária para facilitar esse processo, e permitir que profissionais especializados acompanhem esse trajeto.
Primeiro é feito uma desintoxicação, onde a pessoa fica sem o contato com a bebida e assim seu organismo começa a ser “limpo” de toda substância nociva.
Depois é feito um acompanhamento com terapia e aconselhamento, para que a pessoa tenha consciência de que esse vício faz mal para si, e para outras pessoas ao seu redor, e ela consiga se reabilitar e retomar a vida normal.
Quando é necessário a internação compulsória, quer dizer que já foram esgotadas todas as outras possibilidades de internação. Outras abordagens foram insuficientes, e é necessário que a pessoa passe por todo o processo.
A pessoa pode frequentar o Alcoólicos Anônimos por exemplo, mas não tem progresso nas reuniões porque não consegue se livrar do vício sozinha. Geralmente nesses tratamentos é utilizado o uso de medicamentos junto com a terapia, para conseguir resultados melhores.
A terapia em grupo ajuda bastante também, pois ali o indivíduo tem contato com várias pessoas que passam pelo mesmo problema e podem compartilhar experiências